… nem sempre têm uma relação fácil. O Blogue continua a
ser para mim o mais interessante veículo ao dispor de cada um, e de qualquer
um, ou dois, ou três ou mais, em que gerimos com liberdade absoluta e de forma
eficaz, o conteúdo e o tipo de relação que queremos manter com quem nos lê. Por
isso durante alguns anos mantive o blogue Os Tempos e as Vontades, até ao dia
em que o tempo não abundava, a vontade falhava, e eu sentia que já ‘tinha dito
tudo o que havia para dizer’, um conceito que não diz nada, mas que pelo menos
diz que eu não tinha nada para dizer ou não queria dizer mais nada. E fui
dizendo cada vez menos até me calar.
O Twitter surgiu com força e alarido. Como um instrumento de divulgação e opinião poderoso e interessante, e até – se bem me lembro – cheguei a abrir uma conta lá, mas tudo aquilo é muito rápido, há demasiado imediatismo, pouca consistência, e não tem realmente muito a ver com o meu estilo e postura, por isso nunca mais lá voltei.
O Facebook ganhava adeptos entre os mais novos (embora
seja hoje mais uma coisa de avozinhas que trocam fotografias de viagens e de netos,
de tal forma os mais novos o têm vindo a utilizar cada vez menos) ganhava
amplitude e até os políticos, Presidentes e Primeiros-ministros incluídos, o
usavam e usam para divulgar, explicar ou ‘fazer passar a sua mensagem’. Esses
nunca tiveram o meu problema de achar que já não tinham mais nada a dizer, sorte
a deles! Mas o Facebook é uma rede social que me diz muito pouco, que expõe
demasiado, que exige muita gestão de ‘amigos’, ‘conhecidos’, ‘likes’ muitos
comentários vazios de ‘ai que giro!’ e afins, muitos aniversários - não há um
dia em que não haja um aniversário no facebook... raio de coisa! E como se isso
não bastasse debita diariamente mais informação do que a que desejamos ter, mais
vídeos do que desejamos ver, mais fotografias que temos espaço para olhar. É
verdade que há umas histórias, comentários ou pequenas trivialidade com algum
interesse, e gosto de ver/ler, mas é muito ruído. Uso o Facebook com o
entusiasmo de quem se diz “católico, mas não praticante”, ou seja, tenho uma
conta – porque é prático, dá jeito, mas não uso como um meio de ‘expressão’
(seja o que for que isso queira dizer) muito menos de socialização (email,
telefone, são bem mais práticos). Também, se bem se lembram, já pouco tinha
para dizer.
Surgiu o Instagram e pensei logo que isso sim, era coisa
para mim. Não é preciso dizer nada, é só tirar umas fotografias, e sem grandes
conversas, nem feeds intermináveis de lixo, saber um pouco por onde andam
certas pessoas e o que fazem. Abri uma conta em 2012 que continuo a usar com
gosto só para fotografia. No entanto quem usa o Instagram sabe que hoje é bem
mais do que isso, sabem o poderoso instrumento de divulgação que é, de culto de
personalidade, de como já se colocam pequenos vídeos, de como se colocam
histórias efémeras (tipo Snapchat), e do lixo que por lá também já abunda. Mas
como tendo a ser constante, eu continuo humildemente a publicar lá fotografias
numa conta aberta, como podem verificar no link acima.
Sobre outras redes sociais como o Snapchat, Whatsapp, não
vale a pena elaborar: a primeira não uso, a segunda é muito prática sim. Quanto
ao Youtube, é hoje um poderosíssimo meio: quer para ouvir música enquanto ‘estou
no computador’ (já se encontra quase tudo...), quer para aprender coisas: há
tutoriais para tudo, uns melhores, outros piores, mas já lá encontrei ajuda
preciosa.
No meio de tanta rede social a saudade de ter um blogue,
de ter quer tempo quer vontade de o alimentar (é um bicho voraz), mantinha-se.
Decidi – a pretexto de um projecto que estou a desenvolver - reanimar um blogue
que criei em 2012, mas que nunca chegou a ver a luz do dia. Veremos o que o
tempo e as vontades trarão. O Rapaz andará por aí... enquando andar. Com algumas alegorias, umas tantas fantasias, muitas
teimosias, outras tantas fotografias. Quem sabe
alguns delírios. Desilusões
e tropeções certamente. Mas sempre
de:
Mãos nos
bolsos e de olhar distante. (...)
Negra
madeixa ao vento
Boina
maruja ao lado.
5 comments:
Gostei muito de voltar a ver as suas fotos. No Instagram são sempre mostradas em 600x600 pixels?
Obrigada.
Não lhe sei dizer porque o Instagram - que é feito para ser visto em smartphones - tem o seu próprio programa de reconversão das imagens que lhes tira sempre alguma qualidade, nomeadamente quando se viam no computador e um pouco maiores do que no ecrã do smartphone. Só recentemente ele permite que se aumentem as imagens (afastando os dedos) mantendo alguma qualidade.
A proporção 1x1 no Instagram essa, se era essa a sua questão, é opção minha porque acho que é a que melhor funciona naquela aplicação. Também obriga a olhar o que queremos fotografar de forma diferente de quando fotografo 2x3 na câmera. Raramente (quando não há hashtag #iphonephotography) reconverto imagens da Canon para 1x1 para o Instagram.
Não sei se o meu comentário ficou gravado.
A minha pergunta era porque embora goste do formato 1x1 para algumas situações não o acho adequado para todas as situações. Na realidade, como ando sempre com o telemóvel e só raramente com máquina fotográfica, a grande angular sem zoom do telemóvel enquadra quase sempre coisas a mais pelo que costumo fazer um pós-enquadramento (crop) das fotos que tiro e só por caso fica o formato 1x1.
E como às vezes gosto de ver as fotos no écran todo do meu PC (actualmente 1680x1050) o 600x600 é normalmente limitativo. Por exemplo apeteceu-me ver com mais detalhe os reflexos dourados nas janelas do prédio da Foz do Douro que colocou há dois dias no Instagram mas tal não era possível.
O seu comentário ficou gravado.
Como digo, o Instagram é uma aplicação para smartphones e as fotografias são para serem vistas no telemóvel, e as imagens sofrem uma 'reconversão/compressão', embora ultimamente a qualidade tenha aumentado. Quando são vistas no PC, (através do Instagram) ficam sempre com pior qualidade. Os reflexos de que fala vêm-se melhor aumentando no ecrã do telemóvel, do que no PC. Essa fotografia (que não tem #iPhonephotography) foi um crop de uma feita com a Canon, como deve ter percebido.
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