Já não deve
haver nenhum habitante de Lisboa ou arredores, possuidor ou não de câmara
fotográfica, que não tenha ido passear à beira rio para ver o MAAT e tirar umas
fotografias. Incluo-me nesse grupo: já fui e tirei umas fotografias.
O edifício
em si é menos fotogénico do que a proliferação de fotografias vistas na
comunicação social e redes sociais leva a crer, mas as linhas curvas propiciam
um olhar mais demorado e, com um mínimo de engenho, produzem os efeitos
fotográficos interessantes e bonitos que já todos vimos e captamos. O edifício – nesse aspecto pelo menos, funciona.
Dito isto,
confesso que fiquei bem desapontada com o que vi in loco num
olhar mais atento aos detalhes da construção. Deparei-me com um edifício
trapalhão e com péssimos acabamentos.
14/11/16, (fotografia tirada com iPhone)
Um de muitos
exemplos de acabamentos desleixados. Tenho toda uma colecção deles fotografada.
Basta ver,
por exemplo, a forma como as juntas são feitas sem rigor, a forma atabalhoada
dos acabamentos, aqueles ajardinamentos (se é que posso usar essa palavra para
‘aquilo’ que lá está) pindéricos na cobertura e dos detalhes. Bem dizem os
sábios que o diabo está nos detalhes. Está mesmo. Fica por isso a sensação de
coisa feita para épater le bourgeois. Gastar uns dinheiros
'abençoados' pelo tão falado ‘give back’, essa coisa que acreditam ser a
consciencialização social das empresas (nada contra, mas será que parte desse
‘give back' não se poderia reflectir também nas contas mensais dos
consumidores?). Lisboa tem agora mais um edifício de ‘arquitectura moderna’.
Deslumbra e reluz ao longe, mas é coisa mal feita, barata e não escapa a um
exame de proximidade. O MAAT é assim: vistoso, mas sem
brio.
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