16/11/2016

Acabamentos e Detalhes


Já não deve haver nenhum habitante de Lisboa ou arredores, possuidor ou não de câmara fotográfica, que não tenha ido passear à beira rio para ver o MAAT e tirar umas fotografias. Incluo-me nesse grupo: já fui e tirei umas fotografias.
O edifício em si é menos fotogénico do que a proliferação de fotografias vistas na comunicação social e redes sociais leva a crer, mas as linhas curvas propiciam um olhar mais demorado e, com um mínimo de engenho, produzem os efeitos fotográficos interessantes e bonitos que já todos vimos e captamos. O edifício – nesse aspecto pelo menos, funciona.

Dito isto, confesso que fiquei bem desapontada com o que vi in loco num olhar mais atento aos detalhes da construção. Deparei-me com um edifício trapalhão e com péssimos acabamentos.

14/11/16, (fotografia tirada com iPhone)

Um de muitos exemplos de acabamentos desleixados. Tenho toda uma colecção deles fotografada. 


Basta ver, por exemplo, a forma como as juntas são feitas sem rigor, a forma atabalhoada dos acabamentos, aqueles ajardinamentos (se é que posso usar essa palavra para ‘aquilo’ que lá está) pindéricos na cobertura e dos detalhes. Bem dizem os sábios que o diabo está nos detalhes. Está mesmo. Fica por isso a sensação de coisa feita para épater le bourgeois. Gastar uns dinheiros 'abençoados' pelo tão falado ‘give back’, essa coisa que acreditam ser a consciencialização social das empresas (nada contra, mas será que parte desse ‘give back' não se poderia reflectir também nas contas mensais dos consumidores?). Lisboa tem agora mais um edifício de ‘arquitectura moderna’. Deslumbra e reluz ao longe, mas é coisa mal feita, barata e não escapa a um exame de proximidade. O MAAT é assim: vistoso, mas sem brio.

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