10/12/2016

Coisas Que Nunca Mudam

... embora eles nos queiram fazer acreditar que sim, que mudam. Que todos os anos há estirpes novas de vírus, que estes estão sempre em mutação e que, por isso, têm de ser estudadas e produzidas anualmente novas vacinas (os negócios que a indústria inventa...) apropriadas às mutações de cada ‘saison’ para os chamados ‘grupos de risco’ (que é assim um critério que não percebo bem, nem tento sequer perceber).
Assim cada outono, se ouve falar nas novas vacinas da gripe, sim as que protegem das novas estirpes de vírus, que estão a chegar às farmácias, ou que se esgotaram, mas que não há causa para alarme, virão mais. Enfim, toda uma agitação a que sou alheia, mas já percebi que não falta quem as aguarde com a expectativa e emoção de quem aguarda o Beaujolais Nouveau, ou a última maluqueira de Karl Lagerfeld que destronará sem piedade a maluqueira do ano precedente.
                                              

Os vírus quando me apanham (tento evitar, mas nem sempre com sucesso) têm de lidar comigo, venham eles com os nomes que vierem, são gripe, e as gripes não mudam. Os sintomas - umas vezes é mais de um e menos de outro - são sempre os mesmos: qualquer coisa que não está bem na garganta, dores no corpo, arrepios de frio, suores, fraqueza geral, dor de cabeça, olhos pesados, febre, incapacidade de fazer seja o que for, falta de apetite. A cura também não muda: cama, descanso, caldos, chás, paracetemol, paciência, outra vez paciência, e mais uma vez paciência. A coisa dura o tempo que tiver que durar, e desta vez durou que chegue... Ao fim de uma semana só hoje, e como dizem os franceses, j’ai osé pointer le nez dehors, para regressar e descansar. Eu já mencionei a paciência, não já?

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